Wikisource ptwikisource https://pt.wikisource.org/wiki/Wikisource:P%C3%A1gina_principal MediaWiki 1.39.0-wmf.23 first-letter Multimédia Especial Discussão Utilizador Utilizador Discussão Wikisource Wikisource Discussão Ficheiro Ficheiro Discussão MediaWiki MediaWiki Discussão Predefinição Predefinição Discussão Ajuda Ajuda Discussão Categoria Categoria Discussão Portal Portal Discussão Autor Autor Discussão Galeria Galeria Discussão Página Página Discussão Em Tradução Discussão Em Tradução Anexo Anexo Discussão TimedText TimedText talk Módulo Módulo Discussão Gadget Gadget talk Gadget definition Gadget definition talk Galeria:40 anos no interior do Brasil.pdf 104 218396 467378 467053 2022-08-14T15:48:47Z Erick Soares3 19404 proofread-index text/x-wiki {{:MediaWiki:Proofreadpage_index_template |Type=book |Título=[[40 anos no interior do Brasil]] |Subtítulo=Aventuras de um engenheiro ferroviário |Language=pt |Autor=[[Autor:Robert Helling|Robert Helling]] |Tradutor= |Editor= |Ilustrador= |Edição= |Volume= |Editora=Editora Fi |Gráfica= |Local=Porto Alegre |Ano=2021 |ISBN=978-65-5917-111-8 |Fonte={{commons|40 anos no interior do Brasil.pdf}} |Imagem= |Capa=1 |Progresso=A |Páginas=<pagelist 1to2=Capa 3to6=- 7=Índice 8=- 9=9 /> |Tomos= |Volumes= |Notas= |Sumário={{Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/7}} |Epígrafe= |Width= |Css= |Header= |Footer= |Modernização=N }} d7zsyhldj3keltg2h4amv7h03fa6h5a Página:O Ganso das Neves.pdf/20 106 218495 467362 2022-08-14T12:47:53Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{left|20}} {{right|Paul Gallico}}</noinclude>As deformidades físicas muitas vezes geram ódio da humanidade em homens que as possuem. No entanto, Rhayader não sentia ódio — muito pelo contrário — ele amava profundamente as pessoas, o reino animal e a natureza. Seu coração era repleto de compaixão e compreensão. Ele sabia conviver bastante bem com suas deficiências físicas, mas não conseguia lidar com as discriminações que sofria por causa de sua aparência. O que o levou a mergulhar no isolamento foi sua incapacidade de encontrar em algum lugar reciprocidade à cordialidade que transbordava dele. Ele repelia mulheres. Os homens até se aproximariam se o conhecessem. Mas o mero esforço em nome da sociabilidade machucava profundamente Rhayader e o levava a evitar a pessoa que o fizesse. Ele tinha vinte e sete anos quando veio para o Grande Pântano. Ele viajara muito e lutara bravamente antes de tomar a decisão de retirar-se de um mundo do qual não poderia fazer parte como outro homem qualquer. Apesar de sua sensibilidade artística e da ternura feminina enclausuradas em seu peito abaulado, ele era, sem dúvida alguma, um homem. No seu retiro, ele tinha seus pássaros, suas pinturas e seu barco. Possuía um barco dezesseis-rodapés, o qual pilotava com uma habilidade maravilhosa. Sozinho, sem ninguém para o guiar, dirigia muito bem usando sua mão deformada, e frequentemente usava seus fortes dentes para controlar com maestria as escotas das velas onduladas de seu barco. Ele navegava pelos pequenos riachos e estuários, indo até o mar, e às vezes ficava fora por dias, procurando novas espécies de pássaros para fotografar ou desenhar; tinha também o hábito de capturá-los com uma rede, para juntá-los à sua coleção de<noinclude></noinclude> c4d1m7636dojfwncx4q0b3z32fa5kqt 467363 467362 2022-08-14T12:48:08Z Erick Soares3 19404 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{left|20}} {{right|Paul Gallico}} {{rule|40em}}</noinclude>As deformidades físicas muitas vezes geram ódio da humanidade em homens que as possuem. No entanto, Rhayader não sentia ódio — muito pelo contrário — ele amava profundamente as pessoas, o reino animal e a natureza. Seu coração era repleto de compaixão e compreensão. Ele sabia conviver bastante bem com suas deficiências físicas, mas não conseguia lidar com as discriminações que sofria por causa de sua aparência. O que o levou a mergulhar no isolamento foi sua incapacidade de encontrar em algum lugar reciprocidade à cordialidade que transbordava dele. Ele repelia mulheres. Os homens até se aproximariam se o conhecessem. Mas o mero esforço em nome da sociabilidade machucava profundamente Rhayader e o levava a evitar a pessoa que o fizesse. Ele tinha vinte e sete anos quando veio para o Grande Pântano. Ele viajara muito e lutara bravamente antes de tomar a decisão de retirar-se de um mundo do qual não poderia fazer parte como outro homem qualquer. Apesar de sua sensibilidade artística e da ternura feminina enclausuradas em seu peito abaulado, ele era, sem dúvida alguma, um homem. No seu retiro, ele tinha seus pássaros, suas pinturas e seu barco. Possuía um barco dezesseis-rodapés, o qual pilotava com uma habilidade maravilhosa. Sozinho, sem ninguém para o guiar, dirigia muito bem usando sua mão deformada, e frequentemente usava seus fortes dentes para controlar com maestria as escotas das velas onduladas de seu barco. Ele navegava pelos pequenos riachos e estuários, indo até o mar, e às vezes ficava fora por dias, procurando novas espécies de pássaros para fotografar ou desenhar; tinha também o hábito de capturá-los com uma rede, para juntá-los à sua coleção de<noinclude></noinclude> mq4teybhwpllqu04odz10bh6j9s1dkh Página:O Ganso das Neves.pdf/21 106 218496 467364 2022-08-14T12:50:30Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{left|O Ganso-das-Neves}} {{right|21}} {{rule|40em}}</noinclude>aves, presas num cercado próximo ao seu ateliê, o qual formava o núcleo de um santuário. Ele nunca atirava em pássaros, e caçadores de aves não eram bem-vindos próximos à sua casa. Ele era amigo de todas as criaturas selvagens, e elas retribuíam com a sua amizade. Em seu santuário, haviam aves domesticadas que vinham da Islândia e de Spitzbergen todo outubro, voando em grandes grupos que escureciam o céu e enchiam o ar com o estrépito de sua passagem — os flamingos de corpo escurecido, os carcarás de peito esbranquiçado, com seus pescoços negros e máscaras de palhaço, formadas pelas cores das penas de suas faces, e muitas espécies de patos selvagens — marrecos, patos-reais e cercetas. Algumas possuíam as penas das asas cortadas, ficando estacionadas lá como um sinal para as aves selvagens que vinham no início do inverno, dizendo-as que ali havia comida e abrigo. Muitas centenas vinham e permaneciam com Rhayader por toda a temporada fria de outubro até o início da primavera, e então migravam novamente para o norte, voltando aos seus locais de reprodução. Rhayader ficava contente em saber que quando caiam tempestades, ou estava muito frio e a comida era escassa, ou havia uma grande horda de caçadores de pássaros nas redondezas, suas aves estavam seguras; que ele havia dado a proteção de seus braços e o abrigo de seu coração a todas estas belas e selvagens criaturas que o conheciam e nele confiavam. Elas iriam responder ao chamado para o norte na primavera, mas depois retornariam, gralhando e berrando no céu do outono, vindo circular a região do<noinclude></noinclude> e9vr49dr0mdsf0c5lq92sehgky2mvgm Página:O Ganso das Neves.pdf/22 106 218497 467365 2022-08-14T12:53:07Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{left|22}} {{right|Paul Gallico}} {{rule|40em}}</noinclude>velho farol e pousar próximo para serem suas hóspedes novamente — aves das quais ele lembrava bem e reconhecia do ano anterior. E isto fazia Rhayader feliz, porque ele percebia que estes animais sabiam de sua existência e de seu santuário, que este conhecimento havia se tornado parte destas aves, e que o advento dos céus acinzentados e dos ventos do norte mandaria elas de volta para ele. Quanto ao mais, seu coração e sua alma dedicavam-se à pintura da região em que vivia e de suas criaturas. Não há muitas pinturas suas ainda existentes. Ele as armazenava ciosamente, empilhando-as às centenas em salas dedicadas a isto. Nunca estava satisfeito com elas, pois como artista era intransigente. Mas as poucas de suas telas que chegaram ao mercado das artes são consideradas obras-primas, repletas com o brilho e as cores da luz refletida nos pântanos, com a sensação de voo, com o premir de aves enfrentando o vento matinal que flexiona os grandes juncos. Ele pintava a solidão e o cheiro do frio salgado, a eternidade e perenidade dos pântanos, as criaturas selvagens, os voos no amanhecer e as sombras aladas na noite escondendo-se da lua. Em uma tarde de novembro, três anos após Rhayader vir para o Grande Pântano, uma menina aproximou-se do ateliê do farol, vindo pela parede marítima. Em seus braços ela carregava um volume. Ela não tinha mais do que doze anos de idade; magra, suja, nervosa e tímida como uma ave, mas por baixo da sujeira ela era tão misteriosamente bela como uma fada dos pântanos. Era uma saxã pura, de ossos largos, com a cabeça maior que o corpo e olhos de um violeta profundo. Ela estava aterrorizada com o homem feio que estava indo encontrar, pois já se criara uma lenda em<noinclude></noinclude> 8zik2woqd5fvphr499cab770x981ykm Página:O Ganso das Neves.pdf/47 106 218498 467366 2022-08-14T12:54:06Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>{{c|{{larger|'''O Pequeno Milagre'''}}}} {{nop}}<noinclude></noinclude> btg4q8bqxiat2rsyjr7kll3v49y3bmu Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/1 106 218499 467367 2022-08-14T13:31:02Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>[[File:40 anos no interior do Brasil.pdf|center|400px]]<noinclude></noinclude> 7yu7527x7vh64fsg9y5ukyo1luahhkj Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/2 106 218500 467368 2022-08-14T13:37:48Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>Robert Helling foi um imigrante alemão que viveu por cerca de quarenta anos na região sul do Brasil. Tendo chegado ao país no final do século XIX, trabalhou principalmente em funções relacionadas à construção e operação de Estradas de Ferro nos estados de Santa Catarina e Paraná. Ao retornar a sua pátria, Helling registrou suas memórias na obra "40 Jahre im Innern von Brasilien; Erlebnisse eines Eisenbahningenieurs, von Robert Helling", aqui vertida para português sob o título "40 anos no interior do Brasil: aventuras de um engenheiro ferroviário". Trazemos aqui, de forma inédita, a tradução para o português da obra completa de Robert Helling. O livro foi traduzido por uma equipe de alunos do bacharelado em tradução/alemão do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sob a orientação e supervisão da professora Dra. Erica Foerthmann Schultz, e foi objeto de um projeto de pesquisa desenvolvido junto a Universidade Federal de Pelotas, coordenado pela professora Dra. Márcia Janete Espig. A atual publicação encontra-se dividida em duas partes. A primeira faz uma reflexão sobre o processo de tradução e adiciona notas históricas e biográficas sobre o autor, e foi escrita pelas professoras Erica Foerthmann Schultz (UFRGS) e Márcia Janete Espig (UFPel). A segunda parte consta da obra integral de Robert Helling, traduzida do alemão para o português. Agradecemos à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e ao Programa de Pós Graduação em História da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) pelo financiamento que viabilizou essa publicação. [[File:40 anos no interior do Brasil (page 2 crop).jpg|200px|left]] [[File:Identidade Visual CAPES.png|80px|right]] [[File:CC BY-SA icon.svg|80px|right]]<noinclude></noinclude> sodf4bhuzwf35cvdtp8ha9mly9r2879 Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/3 106 218501 467369 2022-08-14T13:38:12Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>{{c|'''40 anos no interior do Brasil'''}} {{c|Aventuras de um engenheiro ferroviário}}<noinclude></noinclude> 62ddbl9cxkvcbz5mb5uw6flheeqx9gr Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/4 106 218502 467370 2022-08-14T13:38:24Z Erick Soares3 19404 /* Sem texto */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="0" user="Erick Soares3" /></noinclude><noinclude></noinclude> p96tgrpzl4nefzwt7mwopqvwq38wcfp Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/5 106 218503 467371 2022-08-14T13:41:40Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>{{c|'''40 anos no interior do Brasil'''}} {{c|Aventuras de um engenheiro ferroviário}} {{c|'''Robert Helling'''}} {{c|Tradução}} {{c|'''Filipe Neckel<br/>Jonas Stocker<br/>Lara Frischenbruder Kengeriski<br/>Thiago Benitez'''}} {{c|Supervisão}} {{c|'''Erica Foerthmann Schultz'''}} {{c|Revisão histórica}} {{c|Márcia Janete Espig}} [[File:40 anos no interior do Brasil (page 5 crop).jpg|center|100px]]<noinclude></noinclude> rin9xykh5awm5xcr7cf69zdtcdvruk4 Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/6 106 218504 467372 2022-08-14T13:56:06Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude><div style="width:500px;margin:0 auto"> '''Diagramação:''' Marcelo A. S. Alves {{dhr}} '''Capa:''' Lucas Morgoni {{dhr}} '''Fotografia de capa:''' Trem carregado de toras enfrenta enchente do Rio Negro, em Três Barros (SC) Claro Jansson/Acervo Dorothy Jansson Moretti {{dhr}} '''O padrão ortográfico e o sistema de citações e referências bibliográficas são prerrogativas de cada autor. Da mesma forma, o conteúdo de cada capítulo é de inteira e exclusiva responsabilidade de seu respectivo autor. [[File:CC-logo.svg|left|200px]] {{right|Todos os livros publicados pela Editora fi estão sob os direitos do <u>Creative Commons 4.0</u> https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR}} {{dhr}} [[File:40 anos no interior do Brasil (page 6 crop).jpg|left|200px]] {{dhr}} {{left|Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)}} {{rule|40em}} HELLING, Robert 40 anos no interior do Brasil: aventuras de um engenheiro ferroviário [recurso eletrônico] / Robert Helling [Tradução de Filipe Neckel; Jonas Stocker; Lara Frischenbruder Kengeriski; Thiago Benitez; Erica Foerthmann Schultz] -- Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2021. 135 p. ISBN 978-65-5917-111-8 DOI 10.22350/9786559171118 Disponível em: http://www.editorofi.org 1. Robert Helling, 2. Memórias, 3. Imigração, 4. Ferrovias, 5. Guerra do Contestado; I. Título. {{right|CDD: 900}} {{rule|40em}} Índices para catálogo sistemático: {{left|1. História{{gap}}900}} </div> {{nop}}<noinclude></noinclude> 8vdzyxtam7avncqhfbudeldihffigsb Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/8 106 218505 467373 2022-08-14T13:56:31Z Erick Soares3 19404 /* Sem texto */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="0" user="Erick Soares3" /></noinclude><noinclude></noinclude> p96tgrpzl4nefzwt7mwopqvwq38wcfp Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/9 106 218506 467374 2022-08-14T13:58:03Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>{{c|'''Prefácio dos tradutores e revisores'''}} Para manter o caráter de estranheza vivido por Robert Helling em seu novo ambiente, o Brasil, optou-se por preservar os erros de ortografia de português existentes no texto. Quando tal aconteceu, as palavras mal grafadas foram transcritas em itálico. Todas as notas possuem caráter explicativo e foram formuladas pelos tradutores ou pelos revisores. Nenhuma pertence ao texto original de Robert Helling. As notas estão assinaladas com a sigla NdT (Nota dos Tradutores) ou NdH (Nota Histórica). As fotografías foram adicionadas de forma ilustrativa, não fazem parte do texto original. Para melhor compreensão da obra, dividimos em duas partes. A primeira faz uma reflexão sobre o processo de tradução e adiciona notas históricas e biográficas sobre o autor. A segunda parte consta da obra integral de Robert Helling traduzida do alemão para o português. Agradecemos à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e ao Programa de Pós Graduação em História da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) pelo financiamento que viabilizou essa publicação. {{nop}}<noinclude></noinclude> lwspzy2wby8bor7pzw467srxng5ign3 Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/10 106 218507 467375 2022-08-14T13:58:16Z Erick Soares3 19404 /* Sem texto */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="0" user="Erick Soares3" /></noinclude><noinclude></noinclude> p96tgrpzl4nefzwt7mwopqvwq38wcfp Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/12 106 218508 467376 2022-08-14T13:58:55Z Erick Soares3 19404 /* Sem texto */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="0" user="Erick Soares3" /></noinclude><noinclude></noinclude> p96tgrpzl4nefzwt7mwopqvwq38wcfp Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/7 106 218509 467377 2022-08-14T15:48:28Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>{{t2|'''SUMÁRIO'''}} {{tabela|largura=40em|largura-p=40|nodots |título=&nbsp; |página= }} {{tabela|largura=36em|largura-p=40 | seção = |título=[[40 anos no interior do Brasil/Prefácio dos tradutores e revisores|Prefácio dos tradutores e revisores]] |página=[[Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/9|9]] }} {{t2|'''Parte I'''}} {{tabela|largura=40em|largura-p=40|nodots |título=&nbsp; |página= }} {{tabela|largura=36em|largura-p=40 | seção = |título=[[40 anos no interior do Brasil/Robert Helling, um fascinante personagem|Robert Helling, um fascinante personagem]]<br/>Erica Foerthmann Schultz<br/>Márcia Janete Espig |página=[[Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/13|13]] }} {{t2|'''Parte II'''}} {{c|'''40 anos no interior do Brasil: Aventuras de um engenheiro ferroviário'''}} {{tabela|largura=40em|largura-p=40|nodots |título=&nbsp; |página= }} {{tabela|largura=36em|largura-p=40 | seção = |título=[[40 anos no interior 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anos no interior do Brasil/Robert Helling, um fascinante personagem|Robert Helling, um fascinante personagem]] | notas = | tradutor = | edição_override = {{edição/originais}} }} <pages index="40 anos no interior do Brasil.pdf" from=9 to=9 /> {{CC-BY-SA-4.0}} ccu35ljrrjcvynnmef01rj436k9v2hw Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/11 106 218512 467381 2022-08-14T16:00:49Z Erick Soares3 19404 /* Sem texto */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="0" user="Erick Soares3" /></noinclude><noinclude></noinclude> p96tgrpzl4nefzwt7mwopqvwq38wcfp Hino do município de Nazareno 0 218513 467382 2022-08-14T16:05:24Z BrCaLeTo 14167 [[Ajuda:SEA|←]] nova página: {{hino |obra=Hino do município de [[w:Nazareno (Minas Gerais)|Nazareno]] |letra por=Luiz Heitor do Amaral |melodia por=Luiz Heitor do Amaral |notas= }} <poem> Na grandeza das terras de Minas, Num cantinho também do Brasil; Sobre as margens do Ribeiro Fundo, Nazareno então surgiu. 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Grandes nomes aqui se passaram, Devoção honradez e de fé; Onde com alegria vivemos, Na harmonia se mantém de pé. ''Quão pequena tu és no tamanho,'' ''Mas demonstra grandeza no amor;'' ''Humildade se vê nessa gente aguerrida,'' ''Povo honesto e trabalhador.'' ''Nazareno, tu és para mim,'' ''Um cantinho do céu nessa terra;'' ''Gente humilde e acolhedora,'' ''Que de braços abertos te espera.'' </poem> [[Categoria:Hinos de Minas Gerais|Nazareno]] rea88m6utpus98qiqg44wvkr1758wuk Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/13 106 218514 467383 2022-08-14T19:00:49Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>{{c|'''Robert Helling, um fascinante personagem'''}} {{c|''Erica Foerthmann Schultz''<ref>Possui mestrado em Linguística e Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1991) e doutorado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2004). Presentemente é professora adjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com atuação no Setor de Alemão. Tem experiência na área de Linguística e Letras, com ênfase em Tradução e Literatura Anglo-Americana.</ref></br>''Márcia Janete Espig''<ref>Possui mestrado (1998) e doutorado (2008) em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Realizou pós-doutoramento junto à Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente é professora associada da Universidade Federal de Pelotas, atuando no Departamento de História e no Programa de Pós Graduação em História desta Universidade. Especializou-se em estudos sobre o Movimento do Contestado.</ref>}} Robert Helling foi um imigrante alemão que viveu por cerca de quarenta anos na região sul do Brasil. Tendo chegado ao país no final do século XIX, trabalhou principalmente em funções relacionadas à construção e operação de Estradas de Ferro nos estados de Santa Catarina e Paraná. Helling deixou suas memórias registradas na presente obra, "40 Jahre im Innern von Brasilien; Erlebnisse eines Eisenbahningenieurs, von Robert Helling". Por muitos anos a historiografia nacional permaneceu alheia a este importante texto, em parte pela dificuldade de leitura em língua alemã, em parte pela dificuldade de localização da obra, rara em terras brasileiras. Em 2002, o autor Edilberto Trevisan realizou a publicação de três de seus capítulos na obra "Visitantes estrangeiros no Paraná".<ref>TREVISAN, Edilberto. '''Visitantes estrangeiros no Paraná.''' 2a ed. Curitiba: Torre de Papel, 2002.</ref> Contudo, a íntegra da obra permanecia inédita até este momento. Sua importância como documento histórico, memorialístico e sociológico justifica sua tradução completa. Parte da tradução foi realizada durante o segundo semestre de 2005 por uma equipe de alunos do curso de alemão do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Outras partes foram<noinclude></noinclude> od2ieqarpfmh1c6ywglio8cvwvv7zuq Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/14 106 218515 467384 2022-08-14T19:08:34Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{left|14 {{!}} Robert Helling, um fascinante personagem}}</noinclude>posteriormente sendo traduzidas, sempre sob a supervisão da professora Dra. Erica Foerthmann Schultz. A equipe de tradução foi composta por Filipe Neckel, Jonas Stocker, Lara Frischenbruder Kengeriski e Thiago Benitez. A leitura da obra revela o autor, Robert Helling, como um personagem fascinante. Dono de personalidade enérgica e de posições firmes, imprime seu estilo peculiar às preciosas narrativas com que presenteia seus leitores. Algumas observações sobre o processo de tradução são importantes. {{left|'''Considerações sobre o processo de tradução'''}} {{alinhamento deslocado}} {{gap}}Era a costa do Brasil. De toda a América do Sul, os alemães só tem noção de dois países: a Argentina com seu trigo e suas ovelhas e o Brasil com o café e os diamantes. Todos pensam: onde há tanta riqueza, um pouco vai sobrar para mim e meus filhos podermos viver. E sem precisar pagar impostos, sem necessidade de carvão, livre da eterna tutela das autoridades alemãs, como deve ser bom viver por lá, além disso, a enorme fertilidade do solo virgem!<ref>HELLING, Robert. '''40 Jahre im Innern von Brasilien; E'''rlebnisse eines Eisenbahningenieurs, von Robert Helling. Berlin, Pyramidenverlag, Dr. Schwarz & Co., [1931]. p. 11. As citações extraídas da obra de Helling, mesmo quando traduzidas, farão referência a sua versão original em alemão.</ref> </div> Discorrer sobre a ''tradução'' de um livro de memórias para um público mais amplo não é tarefa fácil, uma vez que resulta em selecionar aspectos do processo tradutório que possam ser de interesse dos leitores. A escolha de uma citação ''traduzida'' do livro foi proposital, por entender-se que a tradução não é uma produção secundária, um mal necessário decorrente do fato que dificilmente podemos conhecer as milhares de línguas existentes no mundo. Um livro traduzido não é mera cópia de um original mais valioso, mas assume uma identidade própria em que convergem a voz do autor, o ponto de vista dos leitores da língua de partida na época em que foi escrito e na atualidade, o viés inevitável do tradutor e sua voz, bem como o ponto de vista dos leitores na língua de chegada; no caso em questão, dos leitores brasileiros do século XXI. A citação acima ilustra os<noinclude></noinclude> 124sd2ae7cgpow8hqrcb4am4rol4wo0 Página:O Ganso das Neves.pdf/23 106 218516 467385 2022-08-14T19:14:55Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{left|O Ganso-das-Neves}} {{right|23}} {{rule|40em}}</noinclude>torno de Rhayader, e os caçadores de aves selvagens da região o odiavam, visto que ele interferia em seu esporte. Mas maior que seu medo era o problema que ela precisava solucionar. Pois no seu coração de criança havia o conhecimento, aprendido em algum lugar da região pantanosa, de que este ogro que vivia no farol possuía uma mágica que curava coisas machucadas. Ela nunca havia visto Rhayader antes e estava quase fugindo em pânico com a aparição sombria que surgiu na porta do ateliê, atraída por seus passos — o rosto com barba escura, a corcunda sinistra e a garra torta. Ela ficou ali olhando, aprumada como uma ave do pântano atiçada e pronta para voar. Mas a voz dele era profunda e simpática quando ele falou com ela: — “O que você quer, menina?” Ela se manteve firme e, então, deu um passo tímido à frente. O que ela carregava em seus braços era uma grande ave branca, que estava completamente inerte. Haviam manchas de sangue nas penas brancas da ave, e também na roupa que a menina vestia. A garota entregou a ave aos braços de Rhayader: — “Eu achei ela, senhor. Ela está muito machucada. Ainda está viva?” — “Sim. Sim, eu acho que sim. Entre criança, entre”, respondeu Rhayader. {{nop}}<noinclude></noinclude> a2spsfkv15a1sp307uep71qnfve8t2k Página:O Ganso das Neves.pdf/24 106 218517 467386 2022-08-14T19:17:45Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{left|24}} {{right|Paul Gallico}} {{rule|40em}}</noinclude>Rhayader foi para dentro segurando a ave, que foi colocada sobre uma mesa, onde ela revolveu-se debilmente. A curiosidade superou o medo. A menina foi atrás e se encontrou em uma sala aquecida pelo fogo do carvão, reluzindo com pinturas coloridas que cobriam as paredes e repleta de um estranha mas agradável fragrância. A ave agitou-se. Com sua mão boa, Rhayader abriu uma de suas imensas penas brancas. Seu final possuía uma tonalidade belamente escura. Rhayader olhou, surpreendeu-se e disse: — "Menina, onde você achou ela?" — "No pântano, senhor, onde os caçadores de pássaros estavam. O que o que é que aconteceu com ela, senhor?" — "Este é um ganso-das-neves do Canadá. Mas, por céus, como ele veio parar aqui?" Este nome parecia não ter significado algum para a pequena menina. Seus profundos olhos violetas, brilhando sob a sujeira de seu fino rosto, fixaram-se preocupadamente no pássaro machucado. Ela disse: — "Nós podemos curá-la, senhor?" — "Sim, sim", disse Rhayader. "Nós tentaremos. Venha, você pode me ajudar." Ele disse: — "Ah, ela tomou um tiro, pobrezinha. Sua pata está quebrada, assim como a ponta da asa! Mas não está tão mal. Vejamos, nós vamos primeiro aparar suas penas, assim nós poderemos enfaixá-la, mas na primavera as penas crescerão e ela poderá voar novamente. Nós vamos enfaixar sua asa rente ao corpo, de modo que ela não possa se mover<noinclude></noinclude> kvvbvsx2620f393omj81evsxenxwwf3 Página:O Ganso das Neves.pdf/25 106 218518 467387 2022-08-14T19:22:04Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{left|O Ganso-das-Neves}} {{right|25}} {{rule|40em}}</noinclude>até o momento em que esteja apta e, em seguida, faremos uma tala para a pobre pata." Com seus medos esquecidos, a menina observou, fascinada, como ele trabalhava, ainda mais porque enquanto ajustava uma tala fina para a pata quebrada, ele contou-lhe uma história fascinante. A ave era bem jovem, com não mais que um ano de idade. Nascera em uma longínqua terra nórdica, do outro lado dos mares, em uma terra pertencente à Inglaterra. Enquanto voava para o sul afim de escapar da neve, do gelo e do frio intenso, uma forte tempestade a apanhou, fazendo-a rodopiar e machucando-a. Foi realmente uma tempestade terrível, mais forte que suas asas, mais forte que qualquer coisa. Por dias e noites ela ficou à mercê da tormenta e não havia nada a fazer senão seguir seu fluxo. Quando finalmente a tempestade acabou e seus instintos fizeram-na voar para o sul novamente, ela estava em uma terra muito distante e cercada por aves estranhas que nunca tinha visto. Por fim, exaurida por causa das dificuldades pelas quais passou, ela pousou para descansar neste verde pântano amigável, mas acabou levando um tiro de um caçador. — "Uma amarga recepção para uma princesa visitante", concluiu Rhayader. "Nós vamos chamá-la de ''A Princesa Perdida''<ref>''La Princesse Perdue'' é o termo original que Rhayader pronuncia em francês. [NT</ref>. E em alguns dias ela estará se sentindo muito melhor!" Ele dirigiu-se até um saco no canto da sala e trouxe um punhado de grãos. O ganso-das-neves, abrindo seus olhos redondos e amarelados, mordiscou a refeição. {{nop}}<noinclude></noinclude> b14zvb3k7aia402ekk72t2sefchmm6o Página:O Ganso das Neves.pdf/26 106 218519 467388 2022-08-14T19:25:12Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{left|26}} {{right|Paul Gallico}} {{rule|40em}}</noinclude>A menina riu com deleite e então, subitamente, se deu conta do lugar onde estava com certa pressão sobre si mesma e, sem pronunciar palavra, virou-se e fugiu pela porta. — "Espere, espere!", clamou Rhayader, que foi em direção à entrada, onde parou, a porta enquadrando sua corpulência obscura. A menina já estava descendo a parede marítima, mas pausou ao ouvir Rhayader e olhou para trás. — "Qual o seu nome, criança?", perguntou Rhayader. — "Frith." — "Como?", disse Rhayader. "Fritha, eu suponho. Onde você mora?" — "No vilarejo de pescadores em Wickaeldroth." Ela se referiu ao local com a antiga pronúncia saxônica. — "Você voltará aqui amanhã, ou no dia seguinte, para ver como a Princesa está se recuperando?" Ela pausou, e novamente Rhayader deve ter pensado nas aves selvagens pegas desprevenidas naquele breve segundo antes de tomarem voo. Mas a voz fina da menina respondeu para ele: — "Sim!" E ela se foi, com seus cabelos loiros esvoaçando atrás de si. O ganso-das-neves recuperou-se rapidamente e lá pela metade do inverno já estava mancando dentro do cercado para aves juntamente com os gansos-bravos<ref>O texto refere-se aos "gansos de patas rosas" (''wild pink-footed geese''), que vivem nas regiões pantanosas de quase toda a Europa. [NT]</ref>, com os quais se dera — diferentemente dos carcarás — e aprendera a ser alimentado com o chamado de Rhayader. E a menina, Fritha (ou Frith), era uma visitante assídua. Ela havia deixado para trás seu medo de Rhayader.<noinclude></noinclude> 0jqlzr5lg7m2iuf7eteqagda5q5o5by Página:O Ganso das Neves.pdf/27 106 218520 467389 2022-08-15T10:53:18Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{left|O Ganso-das-Neves}} {{right|27}} {{rule|40em}}</noinclude>Sua imaginação encantara-se com a presença desta estranha princesa branca de uma distante terra além-mar, uma terra que era toda rosa, como ela havia observado no mapa que Rhayader a mostrara e no qual eles haviam traçado o caminho tempestuoso que a ave perdida fizera de seu lar no Canadá até o Grande Pântano em Essex. Então, em uma manhã de junho, um grupo retardatário de gansos-bravos, rechonchudos e bem alimentados depois de sua estadia no farol durante o inverno, atendeu ao chamado imperativo da migração e da reprodução e alçou voo lentamente, ascendendo ao céu numa espiral. Juntamente com ele, estava o ganso-das-neves, com seu corpo branco e sua plumagem escurecida brilhando sob o sol da primavera. Tudo isto aconteceu enquanto Frith estava no farol. Seu clamor fez Rhayader vir correndo do ateliê. — "Olhe! Olhe! A Princesa! Ela está indo embora?" Rhayader contemplou no céu as manchas criadas pelo grupo de gansos que se espalhava. — "Sim<ref>O termo original no texto é "''Ay''", uma forma antiga e coloquial de concordância dos idiomas proto germânicos. [NT]</ref>", ele disse, inconscientemente adaptando sua pronúncia ao sotaque da menina. — "A Princesa está voltando para casa. Escute! Ela está se despedindo de nós." Do céu límpido, veio o crocitar plangente dos gansos selvagens, e mais ao alto ouvia-se o gorjeio agudo e claro do ganso-das-neves. A mancha formada pelo grupo de aves adejava para o norte no formato de um fino V, diminuindo progressivamente, até sumir completamente no horizonte. {{nop}}<noinclude></noinclude> tw5e73mc455gi1zopmzj3s4tb8ccs6p Página:O Ganso das Neves.pdf/28 106 218521 467390 2022-08-15T10:55:43Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{left|28}} {{right|Paul Gallico}} {{rule|40em}}</noinclude>Com a partida do ganso-das-neves terminaram as visitas de Frith ao farol. Rhayader compreendeu novamente o significado da palavra "solidão". Naquele verão, a partir de suas memórias, ele pintou a tela de uma criança magra e coberta de sujeira, seus cabelos loiros alvoroçados pelo vento de novembro, carregando em seus braços uma ave branca machucada. Em meados de outubro, um milagre aconteceu. Rhayader estava em seu cercado, alimentando os pássaros. Soprava um vento cinzento vindo do noroeste, e a terra gemia sob a maré que vinha chegando. Acima do mar e dos sons do vento, ele ouviu claramente um canto agudo. Virou seus olhos para o céu vespertino a tempo de ver primeiro uma mancha infinita de pássaros e, então, uma figura vaga de penas pretas-e-brancas que deu uma volta no farol e que finalmente tomou forma quando pousou no terreno dentro do cercado, aproximando-se num bamboleio e pedindo para ser alimentada, como se nunca tivesse ido embora. Era o ganso-das-neves. Não haviam dúvidas de que era a Princesa. Lágrimas começaram a escorrer dos olhos de Rhayader. Onde ela esteve? Certamente, não voltou para o Canadá. Não, ela deve ter veraneado na Groenlândia ou em Spitzbergen, junto com os gansos selvagens. Ela lembrou do farol e retornou até ele. Na próxima vez em que Rhayader foi ao vilarejo de Chelmbury comprar mantimentos, ele deixou uma mensagem com a funcionária dos correios — mensagem essa que deve ter causado nela muito espanto. Ele disse: — "Avise Frith, que vive na colônia de pescadores em Wickaeldroth, que a Princesa Perdida retornou." {{nop}}<noinclude></noinclude> anudq4hlllblofh5p507wnuivlsqtao Página:O Ganso das Neves.pdf/29 106 218522 467391 2022-08-15T10:58:41Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{left|O Ganso-das-Neves}} {{right|29}} {{rule|40em}}</noinclude>Três dias depois, Frith, mais alta, porém ainda despenteada e descuidada, veio timidamente ao farol para visitar a Princesa Perdida<ref>Novamente, nesta parte do texto é empregada a expressão em francês ''La Princesse Perdue''. [NT]</ref>. E o tempo passou. No Grande Pântano, ele era marcado pela altura das marés, a marcha lenta das estações, a passagem das aves e, para Rhayader, pelas chegadas e partidas do ganso-das-neves. O mundo exterior fervia e se agitava com a erupção que em breve se lançaria sobre ele e quase causaria sua destruição. Mas ela ainda não havia afetado Rhayader, muito menos Frith. Eles estavam imersos em um curioso ciclo natural, mesmo com a menina crescendo. Quando o ganso-das-neves vinha ao farol, ela também comparecia, para visitá-lo e também aprender muitas coisas com Rhayader. Eles viajavam juntos em seu veloz barco, que ele manejava com tanta habilidade. Eles também capturaram mais aves selvagens para integrar ao santuário que crescia mais e mais, e construíram novos cercados para elas. Com ele, ela aprendeu sobre cada ave selvagem que sobrevoava os pântanos, da gaivota ao falcão ártico. Ela cozinhava para ele às vezes, e aprendeu até mesmo a misturar as tinturas que Rhayader utilizava em seus quadros. Mas quando o ganso-das-neves retornava para seu lar no verão, era como se uma barreira fosse colocada entre eles, e ela não vinha mais ao farol. Um ano o ganso-das-neves não retornou, e Rhayader ficou com o coração partido. Tudo parecia ter terminado para ele. Ele pintou furiosamente ao longo do inverno e do próximo verão e não viu a menina uma única vez. Mas o som de um clamor familiar novamente soou no céu, e uma imensa ave branca,<noinclude></noinclude> mqztcdv29y8vvvcg2lvkdy1puifp67a Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/15 106 218523 467392 2022-08-15T11:02:54Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{right|Erica Foerthmann Schultz; Márcia Janete Espig {{!}} 15}}</noinclude>diversos olhares sobre um texto escrito por um alemão rememorando o então já distante ano de 1887, a visão idealizada dos imigrantes alemães sobre um país desconhecido e o olhar crítico que nós brasileiros lançamos a semelhantes descrições. As memórias de Helling não têm um caráter épico, não enaltecem heróis que desbravaram uma terra incógnita. São antes uma fonte de entretenimento, com elementos de livros de aventuras que fazem lembrar obras de literatura infanto-juvenil. Pode-se observar a ironia com que Helling descreve nossas paragens e tipos humanos da época. Há facetas que podem escapar ao leitor brasileiro e são de difícil transmissão em um texto traduzido. Citemos como exemplo a frase constante na página 16 da obra alemã: "Era no belo mês de maio, mas este mês de encantos é, no planalto do sul do Brasil, um frio dos diabos." ''Der wunderschöne Monat Mai'', mês da primavera no continente europeu, é referência frequente na poesia do Romantismo alemão e a alusão a um poema de Heine é habilmente rompida com seu complemento ''verdammt kalt'' (um frio dos diabos). Referências literárias são comuns no texto e sua remissão nem sempre é acessível ao leitor de língua portuguesa, menos familiarizado com a literatura alemã: "Eu involuntariamente precisei me lembrar do poema sobre o 'Mergulhador' de Schiller quando vi estes valentes cavaleiros e escudeiros parados em volta sem coragem de entrar no abismo." <ref>HELLING, Robert. '''40 Jahre im Innern von Brasilien'''; Erlebnisse eines Eisenbahningenieurs, von Robert Helling. Berlin, Pyramidenverlag, Dr. Schwarz & Co., [1931]. p. 51.</ref> Resta aos tradutores o recurso à nota explicativa no rodapé. Em certos trechos, Helling busca reproduzir variações linguísticas da língua alemã, ou seja, os chamados "dialetos". No primeiro capítulo, são observados momentos de tentativa de transcrição da fala berlinense e da fala da região de Holstein, no norte da Alemanha. Em dialeto berlinense encontramos: # Dreckwasser und hinten een bisschen Jejend - p.11 # Na, Helling, biste de ooch hier<u>?</u> - p. 11 {{nop}}<noinclude></noinclude> 308vaqca8ap6u6yze9lgtnks5m4tinh Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/16 106 218524 467393 2022-08-15T11:07:44Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{left|16 {{!}} Robert Helling, um fascinante personagem}}</noinclude>{{gap}}Na fala dos marinheiros, provavelmente em Plattdeutsch ou baixo-alemão, observa-se: {{gap}}3.{{gap}}Dunnerkiel, gif's em, Georg, ran an den Kirl - p. 9 {{gap}}4.{{gap}}I bin doch a nit ersuffe! - p. 12 {{gap}}5.{{gap}}Der Kaptän bin i, und wenn I ko Woassa hob, kunn I ooch nit fahre; mir hobn doch Ebbe, schaut doch mal ins Woassa! - p. 12 {{gap}}Em dialeto de Holstein, também do norte da Alemanha, registra-se a frase: {{gap}}6.{{gap}}Gotts Dunner, gift dat veel Mücken! - p. 12. Aos tradutores coube a tradução em português padrão sem marca dialetal, ou, como já constava no texto de partida, com referência à maneira de falar de um personagem "meu nome foi chamado ''no mais perfeito dialeto de Berlim'' (grifo nosso). # "Água suja e atrás um pouco de terra" # "Ah, Helling, você também está aqui?" # "Magricela, vai pra cima dele, Georg!" # "Eu também nunca me afoguei!" # "O capitão sou eu e sem água eu não posso seguir; nós temos maré baixa, olhem para a água!" # "Meu Deus, quanto mosquito!" Existe na obra um grande número de vocábulos em língua portuguesa grafados erroneamente. Os tradutores optaram por preservar os erros de ortografia de português existentes no texto, para manter o caráter de estranheza e transcreveram as palavras erradas em itálico. Assim, a saudação "Bom dia" é constantemente grafada "''Bon'' dia", fala-se de um "''Rio'' '''''dos''''' ''Mortes''", dos rios ''Timó'' e ''Pixe'' (p. 30), passa-se a noite em ''campamentos'' (p.32), caçam-se ''peredizes'' e ''cadornas'' (p.10). O processo tradutório, pois, movimenta-se entre mundos distintos e busca aproximá-los, com o cuidado de não sobrecarregar os receptores com excesso de informação ou de sonegar dados importantes. Há um relato de autor, com todas as imperfeições contidas na sua memória; há leitores alemães da primeira metade do século XX aos quais se destinava o texto e leitores alemães do século XXI, que provavelmente lançam um olhar mais crítico ao etnocentrismo de Helling. Há os tradutores para a<noinclude></noinclude> tcfrm0gnzksvy8ot33740gcnkuob9b8 467394 467393 2022-08-15T11:08:14Z Erick Soares3 19404 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{left|16 {{!}} Robert Helling, um fascinante personagem}}</noinclude>{{gap}}Na fala dos marinheiros, provavelmente em Plattdeutsch ou baixo-alemão, observa-se: {{gap}}3.{{gap}}Dunnerkiel, gif's em, Georg, ran an den Kirl - p. 9 {{gap}}4.{{gap}}I bin doch a nit ersuffe! - p. 12 {{gap}}5.{{gap}}Der Kaptän bin i, und wenn I ko Woassa hob, kunn I ooch nit fahre; mir hobn doch Ebbe, schaut doch mal ins Woassa! - p. 12 {{gap}}Em dialeto de Holstein, também do norte da Alemanha, registra-se a frase: {{gap}}6.{{gap}}Gotts Dunner, gift dat veel Mücken! - p. 12. Aos tradutores coube a tradução em português padrão sem marca dialetal, ou, como já constava no texto de partida, com referência à maneira de falar de um personagem "meu nome foi chamado ''no mais perfeito dialeto de Berlim'' (grifo nosso). # "Água suja e atrás um pouco de terra" # "Ah, Helling, você também está aqui?" # "Magricela, vai pra cima dele, Georg!" # "Eu também nunca me afoguei!" # "O capitão sou eu e sem água eu não posso seguir; nós temos maré baixa, olhem para a água!" # "Meu Deus, quanto mosquito!" Existe na obra um grande número de vocábulos em língua portuguesa grafados erroneamente. Os tradutores optaram por preservar os erros de ortografia de português existentes no texto, para manter o caráter de estranheza e transcreveram as palavras erradas em itálico. Assim, a saudação "Bom dia" é constantemente grafada "''Bon'' dia", fala-se de um "''Rio'' '''''dos''''' ''Mortes''", dos rios ''Timó'' e ''Pixe'' (p. 30), passa-se a noite em ''campamentos'' (p.32), caçam-se ''peredizes'' e ''cadornas'' (p.10). O processo tradutório, pois, movimenta-se entre mundos distintos e busca aproximá-los, com o cuidado de não sobrecarregar os receptores com excesso de informação ou de sonegar dados importantes. Há um relato de autor, com todas as imperfeições contidas na sua memória; há leitores alemães da primeira metade do século XX aos quais se destinava o texto e leitores alemães do século XXI, que provavelmente lançam um olhar mais crítico ao etnocentrismo de Helling. Há os tradutores para a<noinclude></noinclude> acwx558185pyvq3ipnv19gvzryhnf0j Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/17 106 218525 467395 2022-08-15T11:16:30Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{right|Erica Foerthmann Schultz; Márcia Janete Espig {{!}} 17}}</noinclude>língua portuguesa, com sua visão de brasileiros que recebem, não sem espanto, a descrição de um Brasil distinto do de hoje, com referência a locais, objetos, hábitos e costumes que não conhecem mais. Responder a semelhante desafio foi a tarefa imposta aos tradutores-aprendizes de Robert Helling. {{left|'''A vida de Robert Helling'''}} Embora o personagem Helling se mostre muito interessante, sabemos relativamente pouco sobre sua vida pessoal e familiar. Apesar de seus relatos possuírem aspectos memorialísticos, mesmo após a leitura persistem curiosidades sobre o imigrante alemão. Segue abaixo um breve quadro do que nos foi possível levantar sobre sua existência, a partir de seu livro e de outras fontes documentais localizadas. Robert Helling emigrou para o Brasil em 1887, juntamente com seu irmão Georg. Cada qual trazia consigo mil marcos em ouro para eventuais compras de terra. O Vapor "Campinas", comandado pelo Capitão A. Birch, saíra do porto de Hamburgo em 19/04/1887, tendo atracado em São Francisco em 16/05/1887. Na listagem de passageiros verificamos que Robert contava então com 24 anos, tendo, portanto, nascido em 1863.<ref>Através do site Family Search, foi possível localizar um Robert Helling nascido em 20 de agosto de 1863 em Seehausen (Altmark), na Alemanha. Filho de Siegfried Friedrich Alexander Helling e Marie Hedwig Helling, foi batizado em 27 de setembro de 1863. Muito provavelmente esse seja nosso personagem. Disponível em https://www.familysearch.org/ark:/61903/1:1:QP61-214) Acessado em 13/11/2020.</ref> Seu irmão tinha 22 anos. Ambos viajaram de 3ª classe, tendo Robert se declarado operário de Berlim e Georg, lavrador. Ambos eram solteiros, protestantes e rumavam para São Bento.<ref>LISTA DE IMIGRANTES CHEGADOS NO VAPOR CAMPINAS EM 16/05/1887. Disponível em https://www.joinville.sc.gov.br/wp-content/uploads/2016/06/Listas-de-imigrantes-de-Joinville-de-1851-a-1891-e-de-1897-a-1902.pdf Acessado em 13/11/2020.</ref> A origem berlinense de Robert confirma-se em sua narrativa, quando comenta encontro com seu amigo Karl (com quem havia frequentado a escola) em que este o aborda "no mais perfeito dialeto de Berlim". {{nop}}<noinclude></noinclude> gkwog40c10yajwqpnzs10sornv4lk9n Página:40 anos no interior do Brasil.pdf/31 106 218526 467396 2022-08-15T11:48:14Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>{{c|{{larger|'''Prefácio'''}}}} As opiniões correntes que predominam sobre países distantes raramente correspondem à verdade, e somente descrições de vivências reais dão uma visão que se aproxima das circunstâncias de fato. Mesmo que estas também sejam incompletas, ainda possuem o fascínio do real que cativa, sobretudo, a juventude. De todos os países, o Brasil provavelmente é aquele descrito com frequência, mas que permanece pouco conhecido, apesar de ser de grande interesse para nós alemães no futuro, pois este gigantesco país, dezessete vezes maior do que a Alemanha e com apenas 37 milhões de habitantes, ainda pode oferecer uma nova pátria a milhões de imigrantes alemães, especialmente em seus estados mais ao sul, que possuem o clima da Itália. Do Brasil é conhecida sua riqueza em café, diamantes e borracha, há informações sobre as poucas cidades grandes, mas do interior do país, seu povo e suas visões de trabalho e vida social, não se sabe muito na Alemanha. Oxalá estas descrições de vivências reais contribuam para aprofundar os conhecimentos deste país do futuro entre os imigrantes e a juventude alemã. {{right|O Autor}}<noinclude></noinclude> ohl4t7c8ql0r7rb5nvxog0remjstpum 40 anos no interior do Brasil/Prefácio 0 218527 467397 2022-08-15T11:49:48Z Erick Soares3 19404 [[Ajuda:SEA|←]] nova página: {{navegar | título = 40 anos no interior do Brasil | autor = Robert Helling | contributor = | seção = Prefácio | anterior = [[40 anos no interior do Brasil/Robert Helling, um fascinante personagem|Robert Helling, um fascinante personagem]] | posterior = [[40 anos no interior do Brasil/Rumo ao Brasil|Rumo ao Brasil]] | notas = | tradutor = | edição_override = {{edição/originais}} }}... wikitext text/x-wiki {{navegar | título = 40 anos no interior do Brasil | autor = Robert Helling | contributor = | seção = Prefácio | anterior = [[40 anos no interior do Brasil/Robert Helling, um fascinante personagem|Robert Helling, um fascinante personagem]] | posterior = [[40 anos no interior do Brasil/Rumo ao Brasil|Rumo ao Brasil]] | notas = | tradutor = | edição_override = {{edição/originais}} }} <pages index="40 anos no interior do Brasil.pdf" from=31 to=31 /> {{CC-BY-SA-4.0}} 41v05zfy74sye7u5mrthvd3srddq10h